Perdoe-me por querer pagar e me desculpe por querer escolher o que comprar.
Como estamos punindo os milhões de consumidores que fazem questão de escolher.
Sim, eu quero pagar. E quero poder escolher. E, por incrível que pareça, isso virou um problema. Entramos num ciclo em que quem valoriza qualidade, quem está disposto a pagar o preço justo por um bom produto ou serviço, passou a ser punido. Não por má fé — mas por um sistema que abandonou a lógica estratégica e entregou a percepção de valor à guerra de preços.
Neste texto, te convido a caminhar por questões que fazem parte do dia a dia de muitos negócios — temas que a maioria conhece, mas que, ainda assim, parecem difíceis de enfrentar. Precisamos encarar esses pontos de frente para, enfim, romper o looping limitante em que tanta gente está presa.
Vamos analisar como deixamos de lado os fundamentos da economia, do marketing, da administração e da antropologia. E como nos afastamos até mesmo do bom senso — substituindo a inteligência estratégica por atalhos frágeis e imediatistas.
O cenário é claro:
O resultado?
Margens sacrificadas, preços banalizados e um consumidor injustamente punido.
As consequências são graves:
Negócios ameaçados, empregos em risco, queda na qualidade dos produtos e consumidores cada vez mais insatisfeitos.
E o mais preocupante:
O consumidor não pediu para pagar menos.
O giro não depende apenas de preço.
E ninguém pediu por produtos piores.
Como é que deixamos isso acontecer? Eis alguns pontos que ajudaram a desenhar esse cenário:
Além de tudo isso, esquecemos de servir e atender as pessoas. Deixamos que o preço se tornasse o único critério de valor — reforçado por fórmulas vazias repetidas à exaustão nas redes sociais. Mas a gente sabe que não é assim que se constrói algo de verdade.
E a pergunta que fica é: por que ninguém está dizendo o contrário?
A seguir, vou desenvolver os pontos que mencionei. A ideia é oferecer uma leitura crítica e, principalmente, abrir caminhos para soluções. Porque esse mercado que estamos punindo é o mesmo onde vamos continuar vivendo. Nós, nossos filhos, nossos negócios.